Numa resposta enviada hoje à agência Lusa pela Procuradoria-Geral da República (PGR), é indicado que no DIAP foi dada "prioridade e urgência" ao inquérito, aberto no dia 9 de Agosto, tendo a directora do Departamento, Maria José Morgado, "ordenado, desde logo, as diligências consideradas necessárias".."Serão ainda tomadas todas as medidas que forem julgadas indispensáveis", garante a Procuradoria-Geral da República (PGR)..Actualmente, estão vários inquéritos a decorrer no DIAP de Lisboa a propósito de alegadas escutas e espionagem ilegal feita pelos serviços secretos..Sobre a não existência nos autos do próprio relatório do SIRP sobre as alegadas fugas de informação, noticiada hoje no Diário de Notícias, a PGR indicou que "os magistrados que dirigem os inquéritos determinarão quais os documentos que são necessários para a investigação e actuarão em conformidade"..No início do mês, Júlio Pereira pediu ao Ministério Público que fosse instaurado um inquérito criminal sobre o caso das alegadas fugas de informação nas secretas, tendo já prestado declarações no DIAP..Na altura, o gabinete do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, referiu em comunicado que em causa estava a "possibilidade de ter existido violação de segredo de Estado ou o dever de sigilo" por parte do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho para a empresa Ongoing, onde hoje trabalha, quando ainda dirigia aquele serviço. .No mesmo comunicado, recorda-se que Pedro Passos Coelho recebeu o relatório que tinha pedido ao secretário-geral do SIRP ao caso das fugas, em que se conclui pela "existência de irregularidades na preservação do sigilo de matérias classificadas"..O caso foi iniciado pelo semanário Expresso, que noticiou que o ex-director do SIED passou à empresa privada Ongoing, onde trabalha actualmente, informações relacionadas com dois empresários russos e metais estratégicos, antes de abandonar a chefia do organismo, em Novembro de 2010..Também Jorge Silva Carvalho apresentou uma queixa-crime contra desconhecidos por devassa da vida privada e correspondência..Hoje, o jornalista Nuno Simas revelou que também ele vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público por devassa da vida privada, na sequência da alegada espionagem feita pelos serviços secretos ao seu telemóvel, em 2010, quando trabalhava no jornal Público..O caso da alegada espionagem foi noticiada no sábado pelo semanário Expresso, onde era revelado que o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) "espiou" o telemóvel do jornalista "com o objectivo de descobrir as eventuais fontes", tendo tido acesso à factura detalhada das chamadas e das mensagens..Entretanto, a Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais aprovou hoje por unanimidade a audição do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa Jorge Silva Carvalho, pedida pelo PS e pelo próprio ex-responsável.